Do mundo não se leva nada
Silvio Santos tinha a arte de se comunicar. Explicava coisas difíceis de um jeito fácil. Fazia questão de se fazer de desentendido apenas para deixar seu público a vontade com suas próprias dúvidas. Penso como ele seria mestre em ensinar ao brasileiro o que a Faria Lima é incapaz de fazer.
Eu chorei. Não no sentido figurado. Chorei mesmo, como muita gente chorou a morte de Silvio Santos nesse final de semana. Ficava imaginando como seria esse dia, como seria a reação de todos, cobertura da imprensa, a minha reação. Não dava para ser diferente. Ele foi de fato o maior comunicador da história, uma unanimidade. Mas Silvio Santos foi mais do que isso.
Ele foi a companhia de domingo de muitas famílias. Lá em casa o som da música de abertura do programa se misturava com o da panela de pressão preparando o almoço. Quando ouvia esses dois sons juntos sabia que viria à mesa o prato que atualmente me traz a mais saudosa memória afetiva: macarrão com frango ensopado.