Ser mãe é mesmo padecer no paraíso
O mundo melhorou bastante no tratamento dado às mulheres. De qualquer forma, há ainda muito o que se fazer até chegarmos num ambiente de igualdade entre homens e mulheres.
Costumo dizer que meu pai me ensinou a sonhar, mas foi minha mãe que me ensinou a tornar sonhos em realidade. Lá em casa quem trabalhava mesmo era a minha mãe. Dona Ana Francisca nunca pôde ter medo do trabalho, e mesmo que pudesse, não tinha. Foi cozinheira aos 8 anos, padeira, empresária, caixa de supermercado, costureira, comerciante, revendedora de produtos por catálogo. Fez de um tudo nessa vida para sustentar os três filhos do primeiro casamento e, mais tarde com a minha chegada no alto de seus 38 anos, a mim e ao meu pai que vivia enfiando os pés pelas mãos nas finanças. E olha que ela não perdia o humor e a positividade, mesmo diante dos momentos mais difíceis de nossas vidas – que não foram poucos. Dona Ana Francisca representa muitas mulheres por esse Brasil afora.
Uma pesquisa do Serasa aponta que mais de 90% das mulheres com filhos têm responsabilidade com o orçamento familiar. As mães solteiras, viúvas e divorciadas são, na maioria dos casos, as únicas provedoras da casa. Minha mãe se encaixaria como uma luva nessa estatística. No tempo dela, inclusive, divórcio ainda nem era uma opção.