A dúvida:

Recentemente fiz muitas dívidas para a construção da minha casa, e tenho um filho pequeno, então imprevistos sempre acontecem.

Colocando tudo no papel, fica sobrando contas para o meu salário!!

Um método que consegui para amenizar toda a situação é fazer um empréstimo pessoal no banco, só que estou achando os juros altos. Será essa uma boa alternativa? Haverá outras formas?

Pergunta enviada por uma seguidora do Instagram.

A resposta:

Sua dúvida é muito pertinente e sua atitude de agir e corrigir um problema é louvável. Contudo, o primeiro passo para sanar sua situação é reconhecer que as dívidas surgiram por conta de gastos acima da sua capacidade de pagamento, tenham sido eles desejados (reforma) ou não (imprevistos com seu filho). Vou propor-lhe um plano radical em três etapas para sair do vermelho: decretar guerra às dívidas e tentar eliminá-las do jeito mais rápido e intenso possível.

 

  1. O primeiro passo é estancar a saída do dinheiro.
    Seus gastos devem ser reduzidos a níveis abaixo da subsistência por um tempo curto e determinado. Pense nos pequenos luxos que tem e quanto eles custam (comida pronta, cursos, lazer, aparelhos ligados na tomada sempre). Procure formas de fazer um dinheirinho extra, evite qualquer compra que não seja estritamente necessária. Proponha-se a fazer esse esforço por um período curto e determinado, por exemplo, três ou quatro meses. As várias ações devem ocorrer ao mesmo tempo, de forma intensa. Senão, corre-se o risco de fazer pequenas economias que são logo varridas pelos juros que você paga e – pior – cansar-se e querer desistir porque o resultado não aparece mesmo com seu esforço. Seja radical e faça com que esse período seja de transformação na sua vida!
  2. Organize suas dívidas numa tabela:
    Coloque para quem deve, qual taxa de juros, quantas prestações faltam, valor da prestação, valor em atraso e total a pagar. Com base nisso, classifique-as por ordem de importância: as dívidas com maiores taxas de juros devem ser eliminadas primeiro, seguidas daquelas de maior valor mensal de prestações.
  3. Avise seus credores de sua situação e de sua disposição de quitar seus compromissos. 
    Negocie reduções no valor da dívida, das taxas de juros, eliminação de multas, o que der. Estude quais opções de empréstimos você tem acesso: consignado, refinanciar um automóvel, ou mesmo esse empréstimo pessoal que você mencionou, e tenha certeza de que as condições sejam mais favoráveis (incluindo todos os custos) do que sua situação atual. O prazo para pagar as prestações desse empréstimo deve viabilizar uma parcela que caiba, com folga, no seu novo orçamento racionado, “de guerra”. Coloque no papel o fluxo de eliminação das dívidas, para ter a visão do todo, mês a mês. Isso te ajudará a identificar o impacto de suas negociações no orçamento, conhecer o prazo do aperto de cintos necessário, e ver todo seu esforço fazendo sentido. Lembre-se: quanto maior o sacrifício, menor o prazo para quitar as dívidas, e mais eficaz será sua recuperação.

Em caso de dúvidas sobre contratos, direitos e negociações, procure um advogado ou consulte o site www.endividado.com.br que tem uma enorme gama de informações.

Arregace as mangas e mãos à obra!
Com vontade e disciplina, tudo tem jeito. E quanto antes começar, melhor e mais rápido você sai dessa!

Um Abraço,

Caco Santos

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